Pra começar, não sei ao certo quando me tornei um homem invísivel, ou porque isso aconteceu. Mas fui percebendo que as pessoas não me atendiam nos estabelecimentos comerciais em que eu entrava, a não ser que grande esforço fizesse para chamar-lhes a atenção. Depois notei que não me respondiam quando as cumprimentava na rua, passavam como se um vulto sem rosto e sem voz eu fosse.
Certa vez, um grupo conhecido iniciou animada conversa a respeito de algo que qualquer um julgaria constrangedor a mim, mas perdoei-lhes sob o pretexto de estarem “somente empolgados”. Mas quando em outra data e local, um segundo grupo pôs-se a dialogar sobre assunto do qual o bom senso polparia meus ouvidos também, percebi que na verdade eu não estava ali para eles. Não estava ali para ninguém.
Mas a coisa se agravou mesmo quando até os amigos de longa data e parentes próximos passaram a não me procurar para contar mazelas e segredos. Suas caras apáticas diante da minha opaca presença.
E isso tudo pra não falar dos esbarrões e trancos que passei a receber de todos a minha volta, na rua, no trabalho, desacompahados de qualquer pedido de desculpas. Estranhos e conhecidos obstruindo minha passagem como se naqueles locais eu nunca tivesse estado.
Me senti, por vezes, sozinho no meio da multidão.
Mas com certeza, a última fase do processo que me transformou num homem invisível se deu quando, motivado pelo desejo de não mais me sentir só, passei também a ignorar as pessoas e o mundo a minha volta, arrastando minha etérea existência por aí, destituído de esperanças e expectativas. Triste, — porém mais livre do que qualquer fantasma jamais poderia ser.
Certa vez, um grupo conhecido iniciou animada conversa a respeito de algo que qualquer um julgaria constrangedor a mim, mas perdoei-lhes sob o pretexto de estarem “somente empolgados”. Mas quando em outra data e local, um segundo grupo pôs-se a dialogar sobre assunto do qual o bom senso polparia meus ouvidos também, percebi que na verdade eu não estava ali para eles. Não estava ali para ninguém.
Mas a coisa se agravou mesmo quando até os amigos de longa data e parentes próximos passaram a não me procurar para contar mazelas e segredos. Suas caras apáticas diante da minha opaca presença.
E isso tudo pra não falar dos esbarrões e trancos que passei a receber de todos a minha volta, na rua, no trabalho, desacompahados de qualquer pedido de desculpas. Estranhos e conhecidos obstruindo minha passagem como se naqueles locais eu nunca tivesse estado.
Me senti, por vezes, sozinho no meio da multidão.
Mas com certeza, a última fase do processo que me transformou num homem invisível se deu quando, motivado pelo desejo de não mais me sentir só, passei também a ignorar as pessoas e o mundo a minha volta, arrastando minha etérea existência por aí, destituído de esperanças e expectativas. Triste, — porém mais livre do que qualquer fantasma jamais poderia ser.
3 comentários:
Intenso e diferenciado blog teu Cris Poulain,amei,tu és escriba !
Viva La Vida!
ADOREI O COMENTÁRIO...RSRRS
ADORO GRAVURAS.
BEIJOS
Interssante o texto Cris!
Mas fazendo uso da invisibilidade pra não ser só ele acaba ficando ainda mais sozinho, né?
O Fantasma da Solidão me assombra e tornar-me invisível ou ser tornada por outros me assusta, mas eu faço uso disto tb muitas vezes.
Ta lindo seu blog, ele cada vez mais vai se aproximando de cores que traduzem sua alma brincalhona, criativa e amiga!
PS.: Desculpe-me a ausencia é que voltei a estudar e estou meio enrolada, mas sempre que possível estarei me alimentando dos pessamentos traduzidos em palavras que você registra aqui.
Beijinhos e bom fim de semana!!!
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